quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SACOLAS PLÁSTICAS


O QUANTO A NATUREZA PAGA?

Várias vezes sou alvo de olhares desconfiados. Não pessoal! Não é porque tenho braços fechado de tatuagem ou porque sempre uso camiseta preta de banda e não tenho um sorriso eterno estampando na cara como político na época de eleição que cumprimenta até manequim de loja, mas sim pela simples atitude de recusar hoje à famosa sacola de plástico. “Não precisa”, sempre peço ao passar no caixa. “Tem certeza moço? Tenho sim! Então ta então!”. E quando é a compra do mês, aí o bicho pega, e peço para colocar na caixa de papelão, acho que nessa hora a vontade do empacotador é me matar, e sempre escuto “vou ver no estoque”, aí volta ele com duas caixinhas na mão com aquela cara de que fez sua parte para agradar o “cliente”, antes mesmo de começar seu serviço já falo, “amigo! Acho que vai ter que pegar mais umas caixinhas não vão caber tudo”, nessa hora o cabo da vassoura vira uma calibre 12 tranqüilo. O mais engraçado é quando entro no supermercado com a sacola ecológica ou com a famosa sacola de feira e o segurança já todo ouriçado me segue com os olhos por todo ambiente. Às vezes quando questionado tenho a oportunidade de estar explicando sobre os efeitos de nossos atos e a grande parcela que tem a sacola plástica no impacto ambiental. Muitas pessoas desconhecem o quando custa para natureza todo esse lixo plástico que geramos.

Uma cidade como São Paulo gera cerca de 700 toneladas por dia de rejeitos plásticos, não só de sacolas plásticas, mas também os famosos descartáveis (sacos, invólucros, recipientes, bandejas, copos, garrafas, etc). Mesmo não tendo uma média certa, uma pessoa pode gerar em torno de 70 gramas de lixo plástico. O plástico represente em torno de 15% a 20 % do lixo gerado, o que causa um aumento de custos em relação a coleta, transporte, manuseio e depósito.

O que vimos muito por aí é a queima indevida desse material, que por sua vez emiti gases tóxicos que afeta diretamente a saúde das pessoas e do meio ambiente. Além de dificultar  a compactação de lixos em aterros sanitários, não permitindo que produtos biodegradáveis sejam decompostos, pois ele cria uma camada impermeabilizadora  dos materiais orgânicos, impedindo a circulação de gases e líquidos.

A única solução viável é a reutilização e a reciclagem deste material. Produtos plásticos reciclados custam em média 30% mais barato do que os fabricados com matéria prima virgem. Mesmo assim devemos ficar atentos a seu uso em nosso dia-a-dia, existe uma escassez de empresas interessadas em comprar material plástico para reciclagem. Dependendo da região vários fatores inviabilizam o negócio; como a distância de ponto de coleta e reciclagem, separação adequada de outros componentes, como alças metálicas, etiquetas de rótulos, bem como limpeza dos recipientes onde pode conter gorduras e resíduos orgânicos, podendo gerar uma redução no preço de venda.  Outro fator é o fornecimento contínuo de qualidade.

Devemos é consumir menos, e nos policiar mais. Se você reparar quanto plástico desperdiçamos, seja, no lixinho da cozinha, do banheiro, na  sacolas de compras dentro uma das outras, nos copos, pratos, colheres, facas e garfinhos descartáveis nas recepções familiares, nas bugigangas descartáveis de 1,99 que não duram nada, tudo isso tem um custo ambiental alto, e em seu bolso também. Muitos desses produtos podem ser substituídos, ter sua própria caneca para café no ambiente de trabalho é já um meio de amenizar esse impacto.

O PLÁSTICO JOGADO NO MAR

Segundo um relatório do Programa Ambiental da ONU (Unep), a maior parte do lixo marítimo são garrafas, sacos, embalagens de comida, copos e talheres de plástico. A cada ano, cerca de 10 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos. Boa parte vai parar no estômago de animais marinhos, que confundem o plástico com moluscos ou medusas. Anualmente, milhões de mamíferos marinhos, pássaros, peixes e tartarugas morrem por causa disso. Uma pesquisa com fulmaros glaciais – pássaro encontrado no Mar do Norte – concluiu que 95% ingeriram plásticos! “O lixo marinho é sintomático de um problema maior: o desperdício e a persistente má administração dos recursos naturais”, disse Achim Steiner, diretor executivo da Unep, em reportagem do Greenpeace. “Os sacos plásticos finos, que só podem ser usados uma vez e sufocam a vida marinha, deveriam ser proibidos.”

No oceano Pacífico há uma camada flutuante de plástico com cerca de 1000km de extensão e atinge uma profundidade de cerca de 10 metros. A origem dessa e outras manchas? Simples: toda peça plástica descartada desde 1862, que não foi reciclada, está em algum lugar. Mesmo as que se decompuseram criam problemas: em certas áreas do Pacífico há concentração de polímeros até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.


GARRAFAS PET A 1ª EM RECICLAGEM

Desenvolvido em 1941, o PET ficou popular a partir dos anos 70, quando as garrafas começaram a ser fabricadas com esse polímero. Hoje é o tipo de plástico mais interessante para a indústria da reciclagem. Pode ser reciclado várias vezes com qualidade e com ele se faz desde enchimento de almofadas até tecido, carpete, lâmina, garrafa para produto não alimentício, corda, fio de costura e... barco! Foi o que o Luciano Gomes, microempresário de Salvador, descobriu. E não se trata de barquinho de brinquedo, e, sim, de caiaques, mini lanchas, catamarãs... Outro destino genial para o PET foi dado pelo mecânico Alfredo Moser, de Uberaba, MG. Além de reutilizar o plástico, ele economiza luz: bolou um “lustre” de PET, feito com uma garrafa de dois litros cheia de água (com um pouquinho de água sanitária), encaixada no teto da casa. Para conferir, veja os vídeos no youtube.

SAIBA IDENTIFICAR OS TIPOS DE PLÁSTICOS

RECICLÁVEIS
POSSIVELMENTE RECICLÁVEIS
TAMPAS
ISOPOR TEM RECICLAGEM EM ALGUMAS LOCALIDADES
POTES DE ALIMENTOS
GARRAFAS DE ÁGUA MINERAL

RECIPIENTES DE LIMPEZA
NÃO RECICLÁVEIS
SACOS PLÁSTICOS
CABO DE PANELA
TOMADAS
ADESIVOS
ESPUMA
TECLADOS DE COMPUTADOR
ACRÍLICOS
BRINQUEDOS
PET
HIGIENE
PVC


Por: Christian Grande
Fontes: Revista Vegetarianos, Unep.