O QUANTO A NATUREZA PAGA?
Várias vezes sou alvo de olhares desconfiados.
Não pessoal! Não é porque tenho braços fechado de tatuagem ou porque sempre uso
camiseta preta de banda e não tenho um sorriso eterno estampando na cara como político
na época de eleição que cumprimenta até manequim de loja, mas sim pela simples
atitude de recusar hoje à famosa sacola de plástico. “Não precisa”, sempre peço
ao passar no caixa. “Tem certeza moço? Tenho sim! Então ta então!”. E quando é
a compra do mês, aí o bicho pega, e peço para colocar na caixa de papelão, acho
que nessa hora a vontade do empacotador é me matar, e sempre escuto “vou ver no
estoque”, aí volta ele com duas caixinhas na mão com aquela cara de que fez sua
parte para agradar o “cliente”, antes mesmo de começar seu serviço já falo,
“amigo! Acho que vai ter que pegar mais umas caixinhas não vão caber tudo”,
nessa hora o cabo da vassoura vira uma calibre 12 tranqüilo. O mais engraçado é
quando entro no supermercado com a sacola ecológica ou com a famosa sacola de
feira e o segurança já todo ouriçado me segue com os olhos por todo ambiente. Às
vezes quando questionado tenho a oportunidade de estar explicando sobre os
efeitos de nossos atos e a grande parcela que tem a sacola plástica no impacto
ambiental. Muitas pessoas desconhecem o quando custa para natureza todo esse
lixo plástico que geramos.
Uma cidade como São Paulo gera
cerca de 700 toneladas por dia de rejeitos plásticos, não só de sacolas
plásticas, mas também os famosos descartáveis (sacos, invólucros, recipientes,
bandejas, copos, garrafas, etc). Mesmo não tendo uma média certa, uma pessoa
pode gerar em torno de 70 gramas de lixo plástico. O plástico represente em
torno de 15% a 20 % do lixo gerado, o que causa um aumento de custos em relação
a coleta, transporte, manuseio e depósito.
O que vimos muito por aí é a
queima indevida desse material, que por sua vez emiti gases tóxicos que afeta
diretamente a saúde das pessoas e do meio ambiente. Além de dificultar a compactação de lixos em aterros sanitários,
não permitindo que produtos biodegradáveis sejam decompostos, pois ele cria uma
camada impermeabilizadora dos materiais
orgânicos, impedindo a circulação de gases e líquidos.
A única solução viável é a
reutilização e a reciclagem deste material. Produtos plásticos reciclados
custam em média 30% mais barato do que os fabricados com matéria prima virgem.
Mesmo assim devemos ficar atentos a seu uso em nosso dia-a-dia, existe uma
escassez de empresas interessadas em comprar material plástico para reciclagem.
Dependendo da região vários fatores inviabilizam o negócio; como a distância de
ponto de coleta e reciclagem, separação adequada de outros componentes, como
alças metálicas, etiquetas de rótulos, bem como limpeza dos recipientes onde
pode conter gorduras e resíduos orgânicos, podendo gerar uma redução no preço
de venda. Outro fator é o fornecimento
contínuo de qualidade.
Devemos é consumir menos, e nos
policiar mais. Se você reparar quanto plástico desperdiçamos, seja, no lixinho
da cozinha, do banheiro, na sacolas de
compras dentro uma das outras, nos copos, pratos, colheres, facas e garfinhos
descartáveis nas recepções familiares, nas bugigangas descartáveis de 1,99 que
não duram nada, tudo isso tem um custo ambiental alto, e em seu bolso também.
Muitos desses produtos podem ser substituídos, ter sua própria caneca para café
no ambiente de trabalho é já um meio de amenizar esse impacto.
O
PLÁSTICO JOGADO NO MAR
Segundo um relatório do Programa
Ambiental da ONU (Unep), a maior parte do lixo marítimo são garrafas, sacos,
embalagens de comida, copos e talheres de plástico. A cada ano, cerca de 10
milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos. Boa parte vai parar no
estômago de animais marinhos, que confundem o plástico com moluscos ou medusas.
Anualmente, milhões de mamíferos marinhos, pássaros, peixes e tartarugas morrem
por causa disso. Uma pesquisa com fulmaros glaciais – pássaro encontrado no Mar
do Norte – concluiu que 95% ingeriram plásticos! “O lixo marinho é sintomático
de um problema maior: o desperdício e a persistente má administração dos
recursos naturais”, disse Achim Steiner, diretor executivo da Unep, em
reportagem do Greenpeace. “Os sacos plásticos finos, que só podem ser usados
uma vez e sufocam a vida marinha, deveriam ser proibidos.”
No oceano Pacífico há uma camada
flutuante de plástico com cerca de 1000km de extensão e atinge uma profundidade
de cerca de 10 metros. A origem dessa e outras manchas? Simples: toda peça
plástica descartada desde 1862, que não foi reciclada, está em algum lugar.
Mesmo as que se decompuseram criam problemas: em certas áreas do Pacífico há
concentração de polímeros até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da
cadeia alimentar marinha.
GARRAFAS
PET A 1ª EM RECICLAGEM
Desenvolvido em 1941, o PET ficou
popular a partir dos anos 70, quando as garrafas começaram a ser fabricadas com
esse polímero. Hoje é o tipo de plástico mais interessante para a indústria da
reciclagem. Pode ser reciclado várias vezes com qualidade e com ele se faz
desde enchimento de almofadas até tecido, carpete, lâmina, garrafa para produto
não alimentício, corda, fio de costura e... barco! Foi o que o Luciano Gomes,
microempresário de Salvador, descobriu. E não se trata de barquinho de
brinquedo, e, sim, de caiaques, mini lanchas, catamarãs... Outro destino genial
para o PET foi dado pelo mecânico Alfredo Moser, de Uberaba, MG. Além de
reutilizar o plástico, ele economiza luz: bolou um “lustre” de PET, feito com
uma garrafa de dois litros cheia de água (com um pouquinho de água sanitária),
encaixada no teto da casa. Para conferir, veja os vídeos no youtube.
SAIBA
IDENTIFICAR OS TIPOS DE PLÁSTICOS
RECICLÁVEIS
|
POSSIVELMENTE RECICLÁVEIS
|
TAMPAS
|
ISOPOR
TEM RECICLAGEM EM ALGUMAS LOCALIDADES
|
POTES
DE ALIMENTOS
|
|
GARRAFAS
DE ÁGUA MINERAL
|
|
RECIPIENTES
DE LIMPEZA
|
NÃO RECICLÁVEIS
|
SACOS
PLÁSTICOS
|
CABO
DE PANELA
TOMADAS
ADESIVOS
ESPUMA
TECLADOS
DE COMPUTADOR
ACRÍLICOS
|
BRINQUEDOS
|
|
PET
|
|
HIGIENE
|
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PVC
|
Por: Christian Grande
Fontes: Revista Vegetarianos, Unep.